segunda-feira, 30 de maio de 2016

I KIssed A Girl - Cap. 22

- Esse fim de semana, eu e você. Apenas nós duas, vamos esquecer o mundo lá fora e nossas vidas.
- Ta maluca?
- O que foi? Muito radical pra você, senhora certinha? 
- Acho que posso aguentar. - Eu não sabia onde a Demi estava querendo chegar com isso, mas nesse momento eu iria pra qualquer lugar com ela. - Vamos tentar, só não sei se vai dar certo.
- Relaxa, segunda seguimos com nossas vidas. 
- Meu problema não é querer voltar para minha vida antes do fim de semana acabar, meu problema é se eu não quisesse mais voltar pra minha vida quando ele acabasse. - Logo as moça de olhos castanhos abriu um sorriso encantador.
  
Demi narrando
  S/a e eu assistíamos ao ID channel, claro que uma escolha minha. Minha cabeça estava apoiada em seu ombro e ela acariciava meu cabelo. 
- Quero sobremesa e você me deve brigadeiro. - Me pronunciei quando acabou o programa que assistíamos.
- Ok, vamos fazer!
- Vamos? A unica coisa que sei que precisa é de chocolate.
- Já é um caminho. E por isso mesmo que você vai junto, pra aprender a fazer.
- Ou posso te ligar sempre que eu quiser. - Falei sorridente.
- Ou pode me ligar sempre que você quiser. Mas isso não muda o fato de eu não quer ir na cozinha sozinha. - Agora faz sentido.
- Então é isso? Está com medo!
- Eu? Não.
- Mentirosa. Vamos logo. - Me levantei e a puxei pela mão.
- Confesso, mas acabamos de assistir um lance paranoico sobre coisas malignas que aconteciam na cozinha. Você realmente gosta desses programas?
- Eu amo! - Me encostei na pia. - Parou para pensar que eu poderia ser uma serial killer com fixação em matar na cozinha? 
- Você? - Ela riu debochada. - Não, você é muito mocinha pra isso. E você não faria isso com alguém que vai te fazer brigadeiro, faria?
- Quem sabe.
- Já eu. Bem, você pediu pizza de mato, não me deixou assistir ao programa que eu queria... Eu poderia ser a serial killer de cozinha, não tenho nada a perder. - S/a estava procurando algo dentro do amario, encostei me corpo em suas costas, ficando atrás dela e sussurrei em seu ouvido:
- Tem certeza? - Em seguida beijei seu pescoço e me afastei.
- Pensando bem, eu também sou muito mocinha pra isso. - Ela ficou de frente para mim e sorriu. - Você não pode tirar minha concentração agora. Tenho que focar no brigadeiro, já estraguei tudo com o jantar...
- Sabe que não estragou nada né? Sabe que foi um maravilhoso jantar e que não foi a comida que fez dele incrível. 
- Mesmo? - Agora já estávamos mais próximas. 
- Sim, espero que tenha sido tão bom para você quanto foi pra mim.
- Ainda está sendo! - S/n colocou suas mãos em minha cintura me trazendo pra perto.
  Sorri ao ver que já não havia mais distancia entre nossos corpos. Nos olhávamos fixamente, sem ao menos piscar, as respirações se misturavam, claro que eu queria mais que isso, mas esse momento já estava sendo incrível. Encostamos nossas testas, fechei meus olhos e não demorou para nossos lábios se encontrarem. O beijo de inicio foi calmo, levei minhas mãos para suas costas na tentativa de não nos afastarmos. Passei minha lingua lentamente em seu lábio superior e ela abriu sua boca para que eu pudesse explora-la com mais intimidade. S/a começou apertar minha cintura, o que me estimulava a intensificar mais o beijo, nossas linguas se encontravam e dividiam o espaço de uma maneira excitante. Ela mordeu minha boca e aos poucos terminamos o beijo.   
- Finalmente. - Falei quando de fato acabou.
- O que? - Estamos levemente ofegante.
- Estou querendo isso desde que cheguei.
- Valeu a pena esperar?
- Mais do que imagina. Preciso ir ao banheiro. - Ela me deu passagem. - Eu não sei onde fica bobinha. - Acariciei seu rosto.
- Bem ali. - Inclinou o corpo para a saída da cozinha e indicou uma porta com o dedo.
- Não demoro.
- Sem presa, não vou a lugar algum.
- Não mesmo! Tem que fazer meu brigadeiro. 
  Fui ao banheiro para respirar um pouco, eu estava pegando fogo, o beijo tinha me despertado um desejo incontrolável sobre a S/n. Joguei um pouco de água no rosto e voltei para a cozinha. Quando entrei me deparei com a S/a de cotas no fogão mexendo na panela, sentei em um banco alto que havia atrás dela sem que ela me notasse.
- Achei que iria me ensinar a fazer. - Estiquei minha perna e passei meu pé na extensão de sua coxa. Assim em encostei nela ela tremeu, acho que foi de susto, mas prefiro pensar que foi por outro motivo.
- Pensei bem e acho melhor deixar você dependente de mim. - Respondeu sem me olhar.
- Como se já não estivesse. - Ela me olhou sorridente por cima do ombro. - Vai demorar muito?
- Calma, Demetria. - Respirei fundo quando ela disse meu nome e me mantive em silencio. - Agora só preciso mexer até atingir o ponto certo. - Ela tentou quebrar o clima tenso que havia ficado, mas não conseguiu. Ficamos em silencio até ela desligar o fogo. - Prontinho. - Agora ficou de frente pra mim com a panela na mão. - Só esperar esfriar um pouco. - S/a pegou uma colher e passou no brigadeiro já pronto, aquele cheiro maravilhoso estava me enlouquecendo, pra ajudar ela começou a assoprar a colher, fazendo com que o aroma fosse direto na minha direção. - Quer? - Não respondi. - Vai querer ou vai ficar com esse bico enorme? - Deixei escapar uma risadinha. - Muito criança. Experimenta, diz o que achou. - Ela aproximou a colher da minha boca e quando eu ia comer. - Espera. - Levou a sua boca e encostou o labio, acho que era pra testar a temperatura. - Ok, pode comer. Então, o que achou? - Me perguntou assim que colou a colher de volta na panela.
- Muito corajosa por me deixar experimentar antes de você. - Fiz um leve suspense, mas logo parei quando percebi ela tensa. - Sensacional! 
- Mesmo?
- Melhor brigadeiro da minha vida! - Peguei a colher e levei a sua boca. - O que acha? 
- Quente! Quente, ai ai!! - Levei um susto tremendo.
- Ai meu Deus! Te queimei? Me desculpa!
- Brincadeira.
- Idiota!
- Achei que tivesse um senso de humor melhor que o meu.
- Me assustei!
- Muito linda preocupada. - Me deu um selinho.
- Abusada. - A puxei pelo pescoço e mordi seu lábio. Para não cair em cima de mim ela apoiou suas mãos em minhas coxas.
- Quem é abusada? - Apertou minhas pernas e senti um prazer maravilhoso.
- O gosto é ótimo. - Nossas lábios se tocavam.
- Do brigadeiro?
- Da sua boca! - Mal terminei de falar e ela tomou minha boca com um beijo quente, sua língua dominava a minha, ela estava entre minhas pernas e arranhava a parte esterna de minhas coxas. Enquanto isso com uma mão eu puxava sua cintura e com a outra acariciava seu cabelo. Aquilo já não era mais o suficiente pra mim. - Que tal me apresentar sua casa agora, mas especificamente seu quarto.




Queria ter postado mais cedo, mas lembrei que tinha um trabalho pra entregar amanhã. E não sei se ficaram sabendo sobre a Mimaw, a bisavó da Dems, mas infelizmente hoje ela partiu, quem acompanhou sabe o quão importa ela é pra Demi e como esses últimos meses foram complicados, pra mim, em particular, é horrível não poder fazer nada para ajuda-la, pois mesmo não estando ao meu lado nos momentos difíceis sua voz e suas palavras me ajudam a passar por muita coisa... Nem tenho palavras pra dizer o quão meu coração está partido e como me sinto mal pela Demi. Comentem aí sobre o que acharam e o que acham que vai rolar no próximo. Kisses :'(

sábado, 28 de maio de 2016

I KIssed A Girl - Cap. 21

  Já faz uns dias desde Nova Iorque, Demi e eu nos vimos apenas uma vez em um de seus shows, mas nos falamos todos os dias e parece que nunca é suficiente.
  Ontem ela me mandou uma mensagem cobrando o brigadeiro que prometi que faria. Achei uma ótima oportunidade de nos vermos, então logo a convidei para um jantar na minha casa hoje. Se estou ansiosa? Magina...


Demi narrando
- Acho que to apaixonada e não é pelo meu namorado.
- Demetria!
- Nicholas! - Ele revirou os olhos e me ignorou. - Pode me dar atenção?
- Posso.
- Eu...
- Mas eu não quero. - Ele me interrompeu.
  Estávamos no estúdio discutindo detalhes da turnê. Estou amando a ideia de fazer uma turnê com meu melhor amigo, te-lo ao meu vai ser otimo. É claro, se ele me der atenção.
- Nick! - Ele desviou seu olhar para mim. - Larga o celular e conversa comigo!
- Demi, há quantos anos está com o Wilmer?
- Muitos... - Agora parecem anos até demais.
- Certo. E o que há de errado agora?
- Não tem nada de errado com ele, ou com o nosso relacionamento. Claro, ele poderia me acompanhar mais, mas ambos estamos trabalhando muito.
- Então se não é com ele e nem com a relação... Tem algo errado com você.
- Não sei se necessariamente tenha algo de errado comigo. Só quero me sentir mais livre, mais leve. Me sinto mal toda vez que ele não está por perto e eu me divirto sem lembrar dele.
- Definitivamente tem algo errado com seu sentimento por ele. Mas eu não sou uma espécie de concelheiro. Não sei lidar com os relacionamentos que faço parte quem dirá com o dos outros. Mas acho que se não está feliz tem que dar um jeito nisso e estou do seu lado, sempre!
- Você é um amor.
- Você é extremamente estranha.
- Obrigada. - Ficamos alguns minutos mexendo no celular. - Nick?
- O que é!?
- Você entraria em um relacionamento homossexual?
- Sabe que não tenho preconceitos.
- Ta, ok. Eu também não, mas uma coisa é aceitar, outra é ter um relacionamento assim.
- Que foi Demi? Sabemos que não é nenhuma santa. Não seria novidade.
- Nick, não estou falando de beijar alguém.
- Quer dizer se apaixonar por alguém do mesmo sexo?
- Exatamente!
- Demi...
- Nick.
- Sua vida já não está agitada o suficiente?
- Ela é incrível, embora eu queira mata-la na maior parte do tempo, ela me faz sorrir sempre, faz com que eu me sinta leve.
- Sério? Isso é real? Já está acontecendo?
- Na... - A porta da sala em que estávamos se abriu e por ela entrou a equipe da organização da turnê. Nick ficou me encarando por um bom tempo.
  Eu sabia que essa conversa não terminaria aqui. E mesmo eu precisando conversar sobre isso com alguém talvez não fosse aquele o momento, nem ali e nem com o Nicholas.
  O problema é que não paro de pensar na S/n, ainda mais hoje, que vamos jantar na sua casa, mal posso esperar. Estou super ansiosa.


Você narrando
  Se a Demi não sair dos meus pensamentos... Eu não vou fazer nada, porque a verdade é que estou adorando sonhar acordada com ela. Lembrar de Nova Iorque faz meu corpo formigar, seu sorriso faz meu coração disparar. Falando em disparar...
- A porra do jantar! - Falei comigo mesma ao ouvir o alarme do fogão disparar.
  Legal, tudo estava queimado ou com cheiro de queimado, impossível servir isso. Tirei a assadeira do forno e a campainha tocou. Mas já? Nem tocou o interfone. Abri a porta e era a Giovana.
- Ainda bem que abriu logo... Que cheiro de queimado é esse??
- O que está fazendo aqui?
- Comprei umas coisinhas gostosas pra você. - Só então reparei nas sacolas em sua mão, por isso a folgada não abriu a porta.
- Que amor! Agora vai!
- Não, deixa eu ajudar, vou arrumar a zona que deve estar na cozinha e você vai se arrumar.
- Que? Por que? Estou pronta! - Ela riu. - O que tem de errado comigo? - Perguntei desesperada.
- Vai no quarto e olha no espelho.
  Fui para o quarto correndo. Quando me olhei no espelho meu cabelo estava uma bagunça. Menos mal, podia ser pior. Não levei muito tempo para por os fios rebeldes no lugar e estava feliz comigo mesma. Quando voltei pra sala havia uma morena sentada no sofá, focada no celular. Não acreditei que Giovana não me avisou que a Demi havia chego. Falando nela.

Demi narrando
- Bem melhor, agora ta linda linda. Não concorda Demi? - Estava distraída com meu celular quando a Giovana, amiga da S/n que me recepcionou, falou meu nome. Me levantei do sofá em que estava e me virei, foi quando percebi que a S/a estava presente. Fiquei maravilhada, acho que tinha me esquecido do quão linda ela é.
- Concordo. - Respondi breve, mas sorridente e não deixei de admira-la por nenhum instante. Até que nossos olhares se cruzaram e senti uma felicidade repentina e inexplicável.
- Ok! Já estou indo viu, divirtam-se. To saindo, não se preocupem comigo. - Giovana brincava em vez de me deixar a sós com a S/a, estava achando ela realmente engraçada. Mas...
- Vai logo! - Falei alegre, rindo da graça que ela.
- Ousada. Gostei! - Giovana disse já na porta.

- Que bom que gostou, agora tchau. - A S/n a empurrou pra fora.
- Ela é engraçada. - Falei quando já estávamos sozinhas.
- Até de mais, chega ser um pouco infantil e exagerada.

Você narrando
- Oi! - Demi exibia um sorriso enorme e estava bem perto de mim. Só então consegui observa-la com atenção. Eu estava surpresa, ela conseguia estar mais bonita que da última vez que a vi, o que parecia impossível.
- Oi. - Falei um pouco aliviada, eu estava bem nervosa e ansiosa.
- O que vamos comer?
- Calma pessoa, não come há quantos anos?
- Uns três, acha que é fácil manter esse corpo?
- Com toda certeza não é fácil. - Respondi admirando-a, ela riu sem graça. - Temos um problema!
- O que?
- A comida. Eu me distrai e... Vem ver. - Inconscientemente peguei em sua mão e a levei a cozinha.
- Meu Deus, você é péssima nisso!!
- Eu só me distrai, não sou tão ruim assim.
- Se distraiu por quantas horas? - Ela puxou minha mão me forçando ficar de frente pra ela.
- Cinco minutos. - Ela deu uma gargalhada alta. Fiquei um pouco triste e decepcionada, queria ter feito algo bacana pra ela.
- Bom, veja pelo lado positivo, sempre podemos pedir pizza! - Ela disse toda animada tentando me convencer e brincando com meus dedos.
- Ótimo, adoro pizza. - Falei sem tanto animo quanto ela e soltei nossas mãos. Seu sorriso estava imenso e intacto desde que chegou. Isso fez com que eu me perguntasse se ela estava tão feliz quanto eu de estar ali e me fez perceber que não era a porcaria de uma comida queimada que iria estragar esse momento.
- Qual sabor você prefere?
- Pode escolher. Você é a vista.
- Mas você que vai pagar.
- Obrigada por me informar. Mas pode escolher o sabor.
- Você.
- Como?
- Sim, como você.
- Mas do que estamos falando?
- Da pizza, não é? - Ela ria de si mesma, como é boba. -  Escolha o sabor.
- Quero o que você quiser.


Demi narrando
  S/a estava sendo super gentil, embora pareça chateada com alguma coisa, acho que era por causa da comida. A verdade é que não importava o que iríamos comer, eu só queria passar um tempo com ela e estava sendo maravilhoso, eu estava feliz por estar ali e isso que importava. Ela foi arrumar a cozinha enquanto eu ligava pra pizzaria.
- Pronto, chega em alguns minutos. Quer ajuda?
- Só vou colocar a mesa...
- Pra que? Vamos comer pizza, podemos fazer isso no sofá, a não ser que te incomode comer na sala.
- Não íamos comer pizza! - Tinha me esquecido de como ela é estressada. - Tentei fazer algo, mas me distrai pensando em você e agora vamos ter um janta... - Não queria que ela pensasse que tinha estragado tudo, porque nossa noite mal havia começado e queria aproveitar dela e não da comida, então a abracei bem forte, e foi ótimo senti-la tão perto de mim.
- Desculpa, só queria te acalmar, você estava histérica.
- Então não queria me abraçar? Só queria me acalmar?
- Não foi o que eu disse. - E pela primeira vez pude ver um sorriso largo em seus lábios. - Então quer dizer que estava pensando em mim?
- Talvez... Não é todo dia que tenho que cozinhar para uma pessoa como você.
- Estava nervosa por cozinhar para Demi Lovato? - Fiquei um pouco frustrada, achei que ela pensava em mim por outro motivo.
- Não, eu estava nervosa por cozinhar mesmo! - Adoro isso, o fato dela não tentar me agradar e apenas ser ela mesma. - Mas também estava nervosa por cozinhar pra você e pra você quer dizer alguém que me faz bem. - Ela ficou me observando por alguns instantes e eu apenas não tinha reação. - Que fofa!! Você ficou vermelha.
- Vou te deixar roxa se não parar de me olhar assim.
- Que violenta!
- Ha ha. Me mostra sua casa?
- Não, to com preguiça.
- Que preguiçosa. - Sai andando em direção a sala de estar. O comodo era amplo e havia alguns porta retratos, tinha fotos com a amiga dela que me atendeu, tinha algumas do que julguei ser da sua infância...
- O que está fazendo? - Ela disse se aproximando das minhas costas.
- Conhecendo sua casa, conhecendo você. Você que decorou?
- Não diria que foi decorada, só comprei o que queria e distribui nos cômodos. - Rimos do jeito que ela falou.
- Ou seja, sua casa é sua cara. Gostei.
- Da casa ou da dona?
- Das duas. Poderia ficar com as duas. - Só percebi depois o que eu tinha dito. - Sabe o que está passando na televisão? - S/n me incentivou a continuar. - Scandal!
- O que é isso?
- Como assim??? Como você não sabe o que é? É a melhor série, meu Deus, vamos assistir agora! - A puxei pro sofá.
- Louca.
- Linda.
- Adoro quando ficamos nos encarando.
- Eu estava pensando nisso.


Você narrando
  Estávamos assistindo a serie que eu não estava entendendo nada, não sabia quem era quem, e minha atenção maior era voltada para Demi, que estava completamente focada, parecia uma criança assistindo seu desenho favorito, foi quando o interfone tocou.
- Deve ser a pizza. - Pronunciei me levantando para atender.
- Deve. - Ela não desviava o olhar da televisão nem por um segundo.
- Oi, boa noite. - Atendi o interfone. - Ok, já estou descendo, obrigada. Então é realmente a pizza. Você me faz companhia? - Demi nem se mexeu. - Tudo bem, fica a vontade, não se preocupe, vou sozinha.
  Chamei o elevador que não demorou muito, peguei e paguei pela pizza e voltei para o meu apartamento, abri a porta com um pouco de dificuldade. Olhei para Demi, que continuava imóvel.
- Ei, moça, pode piscar. É importante para manter os olhos lubrificados. - Ela sorriu sem se movimentar. - Acho que alguém tem um vicio. Vamos comer?
- Já vai acabar.
- A pizza vai esfriar.
- Espera. - Percebi que seria inútil discutir, coloquei a pizza na mesa de centro e me sentei ao seu lado. Era muito fofo o jeito que ela encarava a tv, sem se mover, mas suas expressões faciais eram intensas e mudavam a cada cena. - PUTA QUE PARIU, EU SABIA!!!!!
- Que? - Olhei para a tela para tentar entender, mas sem sucesso, o programa havia acabado. - O que aconteceu?
- A Olivia e o Huck... Você não sabe quem são né? - Fiquei com receio de responder.
- Não faço ideia. - Ela riu de um jeito meigo.
- Tudo bem, talvez leve um tempo pra você viciar como eu.
- Eu não pretendo fazer isso.
- Mas vai! - Eu estava pensando em como ela é espontânea e alegre.
- Você está bem? Precisa de alguma coisa?
- Estou ótima, por que?
- Você fica tão a vontade assim na sua casa?
- Não era pra eu me sentir a vontade?
- Não, era, quero mais é que fiquei a vontade. - Que? A Demi faz com que eu fale umas coisas estranhas, faz eu me sentir estranha.
- Pois, saiba que fico a vontade na sua companhia.
- Já tinha percebido em Nova Iorque. - Acabei de tocar em um assunto que eu pretendia manter enterrado a noite toda.
- Acho que a pizza vai esfriar. - Em um tom brincalhão sorriu e abriu a caixa da pizza. - Espero que goste de verdura. - Demi começou a mexer na pizza e a inclinação do seu corpo para alcançar a mesa deixou sua bunda completamente exposta... - Ei! Você gosta?
- Sim! - Respondi um tanto maliciosa e acho que ela percebeu.
- Ok, engraçadinha. Primeiro a pizza, depois a sobremesa. - Ela me deixou um tanto confusa, porque, embora nos falássemos todos os dias, nunca tocamos no assunto Nova Iorque. Pelo menos não na parte em que estávamos nua, mas sempre fazíamos questão de deixar claro o quão a companhia de uma fazia bem pra outra.
- Você não quer talher ou um prato?
- Sim! Seria bom. - Ela disse com um pedaço de pizza na mão e com a boca cheia.
- Se eu tivesse que adivinhar sua idade julgando por essa imagem que estou tendo daria no máximo dez anos.
- Passou perto, tenho nove. - Me levantei do sofá rindo e fui buscar guardanapos, no plural, porque imagino que ela vá precisar de muitos.
- Aqui, porquinha.
- Brigada. - Ai esse sorriso.
- Deixa eu te ajudar. - Fiz menção a pegar a pizza da sua mão para que ela se limpasse. 
- Não! Me limpe, mas não toque na minha pizza! - Demi afastou a mão.
- Ta tudo sujo, não tem jeito não, criança. - Ela fez uma cara de inocente. - Você não podia pelo menos ter pedido metade da pizza com muito queijo e muita gordura?
- Você disse que eu podia escolher e essa pizza vegetariana ta uma delicia. Experimenta! - Falou estendendo seu pedaço perto da minha boca, se eu não abrisse acho que ela enfiaria a força. - E aí, o que achou?
- Essa pizza de mato está até que boa. Mas pizza não é pra ser saudável, tem que ter umas mil calorias por pedaço.
- E eu sou criança. Criança que adora comida gordurosa.

Demi narrando
  S/a e eu já tínhamos terminado de comer, agora conversávamos assuntos aleatórios, já que trocamos mensagens todos os dias o dia todo, sabíamos tudo que estava acontecendo na vida da outra.
- Mais cedo você disse que estava no estúdio. Não acha que está trabalhando muito? Nem de fim de semana descansa.
- Estou descansando agora. E quem vê pensa que você fica conçando o dia todo. Acho que você devia dar um tempo da empresa.
- Acho que você deveria dar um tempo de tudo.
- Que tal começarmos a dar esse tempo agora? - Falei sentando mais próxima dela no sofá. Ela sorriu delicadamente. - Quero dar um tempo e quero dar um tempo com você.
- O que sugere?
- Esse fim de semana, eu e você. Apenas nós duas, vamos esquecer o mundo lá fora e nossas vidas.
- Ta maluca?
- O que foi? Muito radical pra você, senhora certinha?
- Acho que posso aguentar.






Ta aí, capitulo novo. Se gostaram, se não gostaram, se ficaram com duvida, se têm sugestões, apenas comentem. Preciso de opiniões e quero saber se ainda estão por aí. Pretendo postar o 22 entre hoje e amanha, espero que de tempo. E logo terá postagem no me.by.me. Saudades de vocês!! Kisses ;)